Saturday, March 17, 2007

Oração de Santo Agostinho.

Vós sois, ó Jesus, o Cristo, meu Pai santo, meu Deus misericordioso, meu Rei infinitamente grande; sois meu bom pastor, meu único mestre, meu auxílio cheio de bondade, meu bem-amado de uma beleza maravilhosa, meu pão vivo, meu sacerdote eterno, meu guia para a pátria, minha verdadeira luz, minha santa doçura, meu reto caminho, sapiêncdia minha prelcara, minha pura simplicidade, minha paz e concórdia; sois, enfim, toda a minha salvaguarda, minha herança preciosa, minha eterna salvação.
Ó Jesus Cristo, amável, Senhor, por que, em toda minha vida, amei, por que desejei outra coisa senão Vós? Onde estave eu quando não pensava em Vós? Ah! que, pelo menos, a partir deste momento meu coração só deseje a Vós e por Vós se abrase, Senhor Jesus! Desejos de minha alma, correi, que já bastante tardastes; ó apressai-vos para o fim a que aspirais; procurai em verdade Aquele que procurais. Ó Jesus, anátema seja quem não Vos ama. Aquele que não Vos ama seja repleto de amarguras. Ó doce Jesus, sede o amor, as delícias, a admiração de todo coração dignamente consagrado à vossa glória. Deus de meu coração e minha partilha, Jesus Cristo, que em Vós meu coração desfaleça, e sede Vós mesmo a minha vida. Acenda-se em minha alma a brasa ardente de vosso amor e se converta num incêndio todo divino, a arder para sempre no altar de meu coração; que inflame o íntimo de meu ser, e abrase o âmago de minha alma; para que no dia de minha morte eu apareça diante de Vós inteiramente consumido em vosso amor. Assim Seja.

Saturday, January 27, 2007

História da Igreja católica

Pela História da Igreja podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade. Nenhuma instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios e massacres durante 2000 mil anos; e nenhuma outra instituição humana teve uma seqüência ininterrupta de governantes. Já são 265 Papas desde Pedro de Cafarnaum.
Esta façanha só foi possível porque ela é verdadeiramente divina; divindade esta que provém Daquele que é a sua Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu próprio Corpo(cf. Cl 1,18), para salvar toda a humanidade. Podemos dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, tinha tudo para não dar certo. Ao invés de escolher os "melhores" homens do Seu tempo, generais, filósofos gregos e romanos, etc., Jesus preferiu escolher doze homens simples da Galiléia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus. "Será que pode sair alguma coisa boa da Galiléia?". Isto, para deixar claro a todos os homens, de todos os tempos e lugares, que "todo este poder extraordinário provém de Deus e não de nós" (2Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do serviço de Deus.
Aqueles Doze homens simples, pescadores na maioria, "ganharam o mundo para Deus", na força do Espírito Santo que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. "Sereis minhas testemunhas... até os confins do mundo"(At 1, 8).
Pedro e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo, e alí plantaram o Cristianismo para sempre. Pagaram com suas vidas sob a mão criminosa de Nero, no ano 67, juntamente com tantos outros mártires, que fizeram o escritor cristão Tertuliano de Cartago(†220) dizer que: "o sangue dos mártires era semente de novos cristãos". Estimam os historiadores da Igreja em cem mil mártires nos três primeiros séculos. Talvez isto tenha feito os Padres da Igreja dizerem que "christianus alter Christus" (o cristão é um outro Cristo), que repete o caminho do Mestre.
Mas estes homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu. Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a força da fé. As perseguições se sucederam com os Césares romanos: Décio, Dioclesiano, Valeriano, etc..., até que Constantino, cuja mãe se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três séculos de sangue. E nem mesmo o imperador Juliano, o apóstata, conseguiu fazer recuar o cristianismo, e no leito de morte exclava: "Tu venceste, ó galileu!".
O grande Império se ajoelhou diante da Cruz!
A marca impressionante desta Igreja invencível e infalível, esteve sempre na pessoa do sucessor de Pedro, o Papa. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase que ficou célebre: "Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus" (Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo). "Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja... e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
Depois da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Jerusalém, e outras partes , surgiam as falsas doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Era o pelagianismo, o maniqueísmo, o gnosticismo, o macedonismo, nestorianismo, etc..
Mas o Espírito Santo incumbiu-se de destruir todas elas, e o barco da Igreja continuou o seu caminho até nós. Os grandes defensores da fé e da sã doutrina, foram os "Padres" da Igreja: Inácio de Antioquia (†107), Clemente de Roma (†102), Ireneu de Lião (†202), Cipriano de Cartago(† 258), Hilário de Poitiers (†367), Cirilo de Jerusalém (†386), Anastácio de Alexandria (†373), Basílio (†379), Gregório de Nazianzo (†394), Gregório de Nissa (†394), João Crisóstomo de Constantinopla (†407), Ambrósio de Milão (†397), Agostinho de Hipona (†430), Jerônimo (420), Éfrem (†373), Paulino de Nola (†431), Cirilo de Alexandria (†444), Leão Magno (†461), e tantos outros que o Espírito Santo usou para derrotar as heresias nos diversos Concílios dos primeiros séculos.
Cristo deixou a Sua Igreja na terra como "a coluna e o sustentáculo da verdade"(1Tm 3,15). Todas as outras igrejas cristãs são derivadas da Igreja Católica; as ortodoxas romperam em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana, em 1534, etc.
Depois que desabou o Império Romano do ocidente, coube à Igreja o papel de mãe destes filhos abandonados nas mãos do bárbaros. S.Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, enfrentou Átila, rei dos hunos, às portas de Roma, e impediu que este bárbaro, o "flagelo da História", destruísse Roma; o mesmo fez depois com Genserico.
Aos poucos a Igreja foi cristianizando os bárbaros, até que o rei e a rainha do francos, Clovis e Clotilde, recebessem o batismo no ano 500. Era a entrada maciça dos bárbaros no cristianismo. Papel importantíssimo nesta conquista lenta e silenciosa coube aos monges e seus mosteiros espalhados em toda a Europa, especialmente os beneditinos, que preservaram a cultura do ocidente. Mais adiante, no Natal do ano 800, na Catedral de Reims, na França, o rei franco Carlos Magno era coroado pelo Papa. Também os bárbaros se rendiam à fé de Cristo.
Isto foi possível graças aos milhares de envangelizadores que percorreram toda a Europa anunciando a salvação trazida por Jesus ao mundo. Em toda a Idade Média imperou a marca do cristianismo na Europa. Aspirava-se e respirava-se a fé. Surgiram as Catedrais como a bela expressão da fé; as Cruzadas ao Oriente no zelo de libertar a Terra Santa profanada; as Universidades cristãs, Bolonha, Sorbonne, etc, todas fundadas pela Igreja de Cristo. Mas a fé sempre esteve ameaçada; nos tempos modernos levantaram-se contra a Igreja as forças do materialismo, do comunismo, do nazismo, e todos eles fizeram milhares de mártires cristãos, especialmente neste triste século vinte que chega ao fim marcado por tantas ofensas ao Criador.
Certa vez Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou quantas legiões de soldados tinha o Papa; é pena que não sobrevivesse até hoje para ver o que aconteceu com o comunismo.
Mas a Igreja continua como nunca, até o final da História, quando Cristo voltará para assumir a Sua Noiva. Será as Bodas definitivas e eternas do Cordeiro com a Sua Igreja. Então Deus enxugará toda lágrima e será tudo em todos.


Autor: Prof. Felipe Aquino
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Monday, January 01, 2007

A Prostituta do Apocalipse, a Grande Babilônia

Os títulos de "prostitua" e "Grande Babilônia" NÃO se referem à Igreja. Muito pelo contrário!
O Apocalipse é um livro repleto de símbolos que não são de fácil compreensão. Por isso, é mais fácil cair na tentação de manipulá-los para justificar qualquer opinião e atacar o "inimigo". Desta forma, alguns têm interpretado que a Igreja Católica é a prostituta e a Grande Babilônia citadas pelo livro do Apocalipse. Fazem uso principalmente do capítulo 17.
"A Grande Babilônia" (v. 5) é a grande cidade do desterro de Israel, nos tempo do rei Nabucodonosor. Simboliza o poder pagão e a tribulação do Povo de Deus.


Roma? Quando São João redigiu o Apocalipse, Roma era o poder pagão que oprimia o povo de Deus. Este povo é a Igreja, que já se encontrava presente tanto na cidade de Roma quanto em muitas outras cidades do Império. Roma era uma cidade impressionante por causa de suas riquezas e desregramentos: "A mulher estava vestida de púrpura e escarlate, resplandescente de ouro, pedras preciosas e pérolas; trazia em sua mão uma taça de ouro cheia de abominações e também das impurezas de sua prostituição" (v. 4). Seguindo esta hipótese, Roma seria a prostituta porque "com ela fornicaram os reis da terra" (v. 2). Estes reis, como Herodes, se prostituíam com ela para obter poder sobre alguma província do Império. Outras referências também se aplicam a Roma: "se assenta sobre grandes águas" (v. 1), alusão ao seu domínio sobre o mar Mediterrâneo, considerado o principal mar do mundo. As sete cabeças da besta são "sete colinas" (v. 9); Roma está assentada sobre sete colinas: Palatino, Capitolino, Quirinal, Viminal, Esquilino, Celio e Aventino.

Jerusalém? São João não especifica qual é a "Grande Cidade". Poderia também se referir a Jerusalém, já que enquanto no Ocidente "a cidade das sete colinas" se referia a Roma, na cultura oriental a que pertence São João, Jerusalém era conhecida como "a cidade das sete colinas" (Pirke de-Rabbi Eliezer, Seção 10). Estas colinas são: (1) "Escopus", (2) "Nob", (3) "o Monte da Corrupção" ou "o Monte da Ofensa" ou "o Monte da Destruição" (2Reis 23,13), (4) O original "monte Sião", (5) A colina sudoeste também chamada "Monte Sião", (6) o "Monte Ofel" e (7) "A Rocha", onde foi construída a fortaleza "Antonia". O número sete significa perfeição. Nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse lemos sobre as sete pragas, as sete taças, os sete anjos...

Outras passagens do Apocalipse também se referem a Jerusalém como a Grande Cidade de forma condenatória:"E seus cadáveres, na praça da Grande Cidade, que simbolicamente se chama Sodoma ou Egito, ali também onde o seu Senhor foi crucificado" - Apocalipse 11,8A cidade onde "também o seu Senhor foi crucificado" não pode ser outra senão Jerusalém. Também em Jerusalém a perseguição da Igreja ocorria sob a autoridade de Roma. Ali a prostituta cometeu as maiores abominações: a crucificação do Redentor, a destruição do Templo.
São João não especificou qual era a cidade, talvez porque na verdade a mensagem se aplica às duas cidades e pode também se aplicar a outras. O mundo luta contra a Igreja. Esta sofre, mas prevalecerá. Seus mártires e santos são os seus frutos.

A Igreja de Roma e a prostituta ou Grande Babilônia. Os títulos de prostituta e Grande Babilônia, longe de se referirem à Igreja, identificam os inimigos desta. A Igreja está em oposição à prostituta e sofre o martírio em suas mãos.

O Apocalipse honra a Igreja por sua fidelidade ao Senhor até derramar o seu sangue nesta luta. "E vi que a mulher se embriagava com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus. E me assombrei profundamente ao vê-la" - Apocalipse 17,6.

Existe um paralelo com a antiga Babilônia, onde os judeus Sadrac, Mesac, Abegnego e Daniel se mantiveram fiéis diante da ameaça do martírio. Agora é a Igreja que sofre em seus mártires.São João escreve em torno do ano 95 dC, quando Domiciano perseguia ferozmente a Igreja. No Apocalipse, ele apresenta a prostituta assassina que luta contra a Igreja fiel que, por sua vez, padece sua perseguição. Trata-se de uma oposição entre o mal (a prostituta) e o bem (a Igreja fiel). A "Grande Babilônia" nos recorda o sofrimento de Israel no Antigo Testamento. Nos encontramos, então, diante de um paralelo entre Israel (vítima do poder da Babilônia) e a Igreja (vítima do poder de Roma).
Porém, há também diferenças. Enquanto Israel, depois da opressão na Babilônia, pode regressar a Jerusalém; a Igreja, com o poder de Jesus Cristo, está destinada a prevalecer sobre Roma (Babilônia) e a partir deste lugar propagará o Evangelho pelo mundo inteiro. A Igreja tem sua sede em Roma, porém é "católica", universal.
É certo que em Roma (que representa o mundo) não cessou o pecado. Está, todavia, se travando a luta entre a prostituta e a Igreja. É certo também que o pecado do mundo contamina inclusive os membros da Igreja. Não estamos, todavia, na Nova Jerusalém (o céu). Jesus advertiu que o joio cresceria com o trigo e não seria arrancado até o fim do mundo. Na visão bíblica, os fiéis vivem uma aliança de amor com Deus, um matrimônio místico. A infidelidade a Deus é, portanto, um ato de prostituição, de prostituta.
O Apocalipse é uma advertência aos cristãos, para que não caiam nessa infidelidade. Desde o princípio há santos na Igreja, porém há também aqueles que passaram para o lado da prostituta, agindo com infidelidade. No meio desta luta, a Igreja continua propagando o Reino de Deus e os que abrem o seu coração recebem a graça. O Apocalipse apresenta os santos e os mártires como testemunhas e frutos da Igreja, que dá vida nova. Em todos os séculos, a Igreja tem dado este fruto de santidade e assim continuará até a segunda vinda do Senhor.Esta mensagem corresponde ao Evangelho.
Os cristãos são chamados à santidade, a ser o sal da terra, a luz do mundo. A Igreja é como o grão de mostarda: pequeno, mas que cresce e é capaz de prevalecer. Assim, a Igreja prevalecerá sobre o Império até atingir os confins da terra.É indiscutível que quando São João escreveu o Apocalipse, a Igreja já se achava estabelecida em Roma.
O Vaticano, sede da Igreja Católica, não ocupa nenhuma das sete colinas de Roma (v. 9), já que se encontra ao ocidente do rio Tibre, enquanto que a antiga Roma, com suas colinas, encontra-se na parte oriental do rio. Aqueles que interpretam que a prostituta é a Igreja Católica não possuem o menor fundamento bíblico.
Caem na interpretação arbitrária de Lutero (séc. XVI), que justifica o seu rompimento com a Igreja.
É interessante observar que o próprio Lutero rejeitava o livro do Apocalipse:"…Segundo o meu parecer [o livro do Apocalipse] não possui nenhum sinal de caráter apostólico ou profético... cada um pode formar seu próprio juízo acerca deste livro; eu pessoalmente sinto antipatia por ele e isso para mim é razão suficiente para rejeitá-lo" - Sammtliche Werke, 63, pp. 169-170
Diante dos ataques contra aqueles que se mantêm fiéis à Igreja fundada por Cristo e diante dos abusos de interpretação dos textos bíblicos, é importante notar o que esse mesmo capítulo nos exorta: "Aqui é necessário ter inteligência, ter sabedoria" - Ap. 17,9

Autor: Pe. Jordi
RiveroFonte: Corazones.org
Tradução: Carlos Martins Nabeto

A Missão

A Missão é o colocar em prática a nossa fé, ao ir pelo mundo a pregar o Evangelho, como Jesus nos ensinou. É transmitir aos que são excluídos pela nossa sociedade que existe Alguém que os ama, Alguém que lhes diz: " Vinde a mim, vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei..." (Mt 11, 28-30) ; "Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir." (Lc 6, 20-21). É também transmitir àqueles que ainda vivem escravos dos desejos de querer e ter que "...dificilmente entrará um rico no reino dos céus..." (Mt 19, 23-24). Ajudá-los a abrir as portas a Cristo (como dizia João Paulo II), para que se libertem deste tipo de escravidão que os levam à morte. Assim, a Missão é muito importante, porque Jesus chama-nos a ser a luz do mundo e completa dizendo: "Não se acende uma vela para se colocar debaixo da mesa, mas no candelabro, para que dê luz a todos os que estão na casa." (Lc 11, 23). A luz é o Dom da Fé que alguém recebe. Fé em Jesus Cristo como " O Caminho, a Verdade e a Vida. " (Jo 14, 6). Mas a Fé não é só acreditar, mas também amar, pois como poderemos servir a Deus que não vemos, se não servimos os nossos irmãos que vemos. Em conclusão, a Missão serve para ajudar a quebrar as barreiras criadas pela nossa sociedade e fazer com que os horizontes, seja de pessoas necessitadas a nível material como a nível espiritual e humano, se possam alargar, ajudando-nos a realizar o desígnio que Deus tem para cada um de nós, e que nos é transmitido desta maneira por Jesus: "... Amai-vos uns aos outros como eu vos amei..." (Jo 13, 34-35)


(Texto publicado na folha "A Missão que nos une" dos Missionários Combonianos em Janeiro de 2006)

A Barca de Pedro

Senhor, a tua Igreja parece-nos uma barca que está para afundar-se, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no teu campo de trigo, vemos mais joio do que trigo. A roupa e a cara assim sujas da tua Igreja assustam-nos. Mas somos nós mesmos que a sujamos! Somos nós mesmos que te traímos vez após vez, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos. Tem piedade da tua Igreja: mesmo no interior dela, Adão cai constantemente. Com a nossa queda, arrastamos-Te pela terra, e Satanás ri-se, porque espera que não consigas levantar-Te; espera que Tu, tendo sido arrastado na queda da tua Igreja, fiques por terra vencido. Mas Tu levantar-Te-ás. Já Te levantas-te, ressuscitaste e podes levantar-nos também a nós. Salva e santifica a tua Igreja. Salva e santifica-nos a todos.

Papa Bento XVI (in "Dicionário do Papa Ratzinger")